sábado, 19 de novembro de 2011

Miséria é a principal herança da escravidão, diz Dilma

A presidente da República Dilma Rousseff definiu a “invisibilidade da pobreza e a miséria” como a herança mais marcante da escravidão, ao fazer o discurso de encerramento do Encontro Iberoamericano de Alto Nível em Comemoração ao Ano Internacional dos Afrodescendentes (África XXI) no início da tarde desse sábado, (19).

Segundo ela, atrelada a essa herança, veio a visão das “elites” de que o País poderia crescer “sem distribuir renda e incluir”. Nesse sentido, lembrou os programas inclusivos iniciados com a gestão do ex-presidente Lula e seu lema de que “pais rico é país sem pobreza”.

Conforme Dilma, os afrodescendentes são os que mais sofrem com o desemprego, a violência e a extrema pobreza. Por essa razão, discursou, “reverter esse quadro é o objetivo da Carta de Salvador”, disse, defendendo as políticas públicas de promoção e igualdade social.

Ela destacou ainda que as políticas dos países latinoamericanos de estabelecer seus próprios mercados tem ajudado a América Latina a enfrentar a crise econômica internacional e permitir assim, o desenvolvimento de políticas públicas sociais.

Por outro lado, manifestou-se preocupada com os rumos da crise. Para ela “o risco de instabilidade pode agravar as desigualdades sociais em todo o mundo”. Ela lamentou que a recessão tenha sido imposta como receita para a crise na Europa. Sabemos que esse processo não dá certo, provoca desemprego, perda de ganhos sociais e não resolve o problema”, disse, receitando “expansão do consumo e inclusão social” para o enfrentamento do problema.

Lembrou que recorrer ao FMI não é um bom negócio, assinalando que o Brasil só conseguiu melhorar a economia após pagar sua dívida com o Fundo. Focando na proposta de maior participação do gênero feminino nos governos, Dilma disse que a valorização das mulheres em todos os campos é urgente.

Chefe de estados e representantes de 14 países participaram do evento. Um deles, o presidente do Uruguai, José Mujica, não só apoiou os termos da Carta de Salvador como defendeu a proposta de que todos os homens e mulheres de origem africana recebam educação de qualidade.

Mujica concorda que somente a educação é o caminho da igualdade social. “A negritude não quer esmolas, mas oportunidades e direitos iguais”, disse.
A Tarde Online

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