quinta-feira, 16 de junho de 2011

Entrevista: Marcelo Nilo: 'se você me perguntar se quero ser governador, direi que sim'

O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), deputado estadual Marcelo Nilo (PDT), está em Feira de Santana para participar do Projeto Assembleia Itinerante, que acontecerá na tarde desta quinta-feira (16), no Centro de Cultura Amélio Amorim. Segundo a assessoria do deputado, a interiorização dos trabalhos da Assembleia foi um compromisso firmado por Marcelo Nilo quando assumiu a presidência da Assembleia pela terceira vez. Durante toda a manhã de hoje, o parlamentar concedeu entrevistas em rádios da cidade, além de uma entrevista coletiva para a imprensa local. No Programa Acorda Cidade, o presidente falou sobre o projeto, a criação da região metropolitana de Feira de Santana e teceu comentários sobre as eleições 2012.
 Qual o objetivo da Assembleia Itinerante, em Feira de Santana?
O Poder Legislativo tem duas funções básicas: elaborar as leis do Estado e fiscalizar o Executivo. A Assembléia é muito distante do povo, os deputados ficam lá em Salvador, distantes do povo e o povo gosta muito de conversar. Então, o objetivo principal é conversar, colocar o deputado junto da sociedade, para que as pessoas possam opinar, dizer os problemas das suas cidades, contribuindo para o desenvolvimento do nosso trabalho.
Qual o critério de escolha da cidade de Feira de Santana para iniciar esse projeto?
Escolhemos Feira porque é a maior cidade do interior da Bahia. Depois a assembléia irá para Vitória da Conquista, mas tudo depende dos resultados obtidos hoje.
A questão da região metropolitana de Feira está causando polêmicas na cidade. O projeto será aprovado hoje?
Eu pedi ao governador que antecipasse o envio do projeto de lei da região metropolitana de Feira de Santana, o que mostra para a sociedade a integração entre os dois poderes. Se possível, votaremos hoje e, posteriormente, Jaques Wagner virá sancionar esse projeto que é muito importante para a região. Para que ele seja aprovado, é preciso que todas as formalidades sejam dispensadas, todos os 63 parlamentares devem votar a favor. Se um disser que não concorda, o projeto terá tramitação normal e a votação pode ocorrer no final desse ano ou no ano que vem.
A principal reivindicação dos parlamentares é em relação a quantidade de cidades que farão parte da região metropolitana de Feira de Santana. Porque só esses municípios serão contemplados?
Só podemos colocar seis municípios porque “quando a gente sobe uma escada, subimos degrau por degrau. Se pularmos cinco degraus, a gente cai”. A pretensão é aprovar o projeto com os seis municípios e depois iremos adicionando os demais. Considero uma indelicadeza voltar com o projeto para atender interesses pessoais.
Como é a participação dos deputados feirenses na Assembleia Legislativa?
Feira de Santana possui 6 deputados atuantes na Assembleia. O deputado Zé Neto (PT), líder do Governo, que fala pelo governador, é um deputado muito atuante. Temos Targino Machado (PSC) que é assíduo, muito preparado para o cargo, Tom (DEM) que é de Coité, mas também representa Feira de Santana, a deputada Graça Pimenta (PP) que foi uma surpresa positiva para nós, pois é assídua e muito respeitada na assembléia. Temos também José de Arimatéia (PRB), que é experiente e gosta muito de Feira de Santana e Carlos Geilson (PTN) que já se tornou um amigo. Feira de Santana está muito bem representada.
O senhor já fez as pazes com Zé Neto?
Eu nunca tive problema com Zé Neto. Ele apenas não queria me apoiar, pois era contra a reeleição. Acredito que, no fundo ele queria ser presidente da Assembleia, mas isso já passou, temos uma boa relação.
O que significa para Feira de Santana ser uma região metropolitana?
A grande força da região metropolitana é política, não administrativa. Região metropolitana de Feira de Santana significa que, Feira será o centro de uma região com a mesma cultura, força política, econômica e que fala pelos municípios que representa.
O apoio ao governador nas Eleições 2012 é um acordo para que o senhor seja candidato ao Governo da Bahia em 2014?
A cadeira de governador é gostosa. Já assumi o cargo de forma interina, mas minha caneta não tinha tinta. Se você me perguntar se eu desejo me tornar governador, te direi que sim. Não é fácil e sabemos que muita água ainda vai passar embaixo da ponte. De uma coisa você pode ter certeza, eu irei apoiar o candidato que Wagner escolher. Se ele me escolher, o que eu acho difícil, não irei recusar. Vou trabalhar politicamente para participar da chapa majoritária em 2014. Nunca imaginei chegar aonde eu cheguei hoje, devo muito ao governador, portanto, se o cavalo passar selado, eu irei montar.
Em relação às suas finanças. O senhor ficou rico com a política?
Eu não sou rico, sou normal. Sempre tive um salário muito bom, além de herança familiar. Tenho três fazendas na Bahia, planto milho e crio animais. Meu patrimônio é fruto do meu trabalho. O salário de deputado é de R$10 mil reais líquidos, tenho que ter outra atividade de sobrevivência. Ao contrário de muitos, meu patrimônio está todo em meu nome. Em todas as classes existem pessoas honestas e desonestas. Na política não é diferente e como eu sou um homem público, pretendo fazer tudo mais certo que os outros, porque na vida pública, de uma gota d’água se faz um oceano.
O senhor vai subir no palanque com Tarcízio Pimenta, em 2012, mesmo Wagner apoiando Zé Neto?
Eu vou subir no palanque de Tarcízio Pimenta para apoiá-lo. Eu sou aliado do governador e não subordinado. Faremos de tudo para Tarcízio chegar no segundo turno e pediremos o apoio do Governo, pois a política é uma via de mão dupla. A filiação de Tarcízio ao partido depende apenas de questões burocráticas e a entrada dele está aprovada pelo Senador João Durval e pelo governador Jaques Wagner, pois eu não traria ninguém para a base do governo sem a aprovação deles. Dizem que Zé Neto é o candidato do governador. Eu não escutei isso, mas a informação também não foi desmentida. Eu não interfiro lá, nem ele aqui. Se for para subir em palanques diferentes, subiremos, como já fizemos em outros pleitos.
 


Acorda Cidade

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