O pandeiro usado serviu para chamar a atenção das pessoas e atrapalhar os discursos dos oradores.

A professora da UNEB do Campus de Jacobina, Marinélia Souza Silva, deu “um show a parte” durante a noite de sábado (28), no Clube Lira Oito, quando o Partido dos Trabalhadores, PT abriu oficialmente seu primeiro Congresso.
Com um adorno colorido na cabeça e um lenço na boca como se estivesse amordaçada, a professora andava de um lado para o outro, por todo salão de festa do clube, que foi transformado em auditório, “batendo” descompassadamente um pandeiro. Ela corria, parava, fazia gestos de espanto, se esbarrava pelo chão e em um determinado momento, quando a deputada Neusa Cadore (PT), usava da palavra, chegou a sentar-se à mesa de trabalho.

Marinélia, também ensina na Escola Maria Dagmar de Miranda, ela lamentou que a rede estadual de educação não estivesse em greve. “O PT, um partido dos trabalhadores, como é admissível que trate os trabalhadores deste jeito?”, questionou.
Doutoranda da UFBA, ela criticou a situação da educação no Estado e ironizou o trabalho da APLB/Sindicato e convocou os professores para reagirem. “Temos que aproveitar esse momento. Nós fazemos a educação pública em sala de aula todos os dias com os nossos alunos. Chega de servidão e escravidão”, protestou.

Em sua opinião, os professores que lecionam no interior deveriam entrar em greve, independentemente do Sindicato. “Ele só representou nossos interesses quando os carlistas estiveram no poder. Agora a APLB é wagnista (Risos). Falta prestarem contas de quantos cargos ocupam no novo governo”, bateu.
Greve dos professores da UNEB – Marinélia e seus colegas professores da UNEB entraram em greve no dia 26 de abril e denunciam o descaso do governo com as universidades estaduais, pois estão faltando professores, salas de aula, funcionários e estrutura para o ensino, a pesquisa e a extensão.Lembrou ainda da violência existente na universidade pública que prepara o cidadão, (pobre, negro, mulher amarela do sertão) para ascender socialmente e apagar da memória política dos graduados, mestres e doutores a vida de seus amigos de infância, seus vizinhos, seus pais, enfim, sua ancestralidade. “Será que a vida se resume a um carro novo, um apartamento em Salvador, ou a um tour pela Europa? Somos meros trabalhadores e consumidores”, questionou.
Em nota, o movimento grevista lembra que o orçamento destinado a Universidade é insuficiente, apesar do Estado ser um dos mais ricos do país, os professores recebem os piores salários do Nordeste e não há políticas de assistência estudantil que garantam a permanência dos estudantes. Na rede social na internet, Marinelia postou a informação, segundo o coordenador-geral do sindicato, professor Rui Oliveira, o governo comprometeu a pagar, a partir de junho, o Piso Salarial Profissional Nacional onde o salário não chega ao valor aceito pelo STF e o MEC (R$1.187,97) e que a licença maternidade e licença prêmio foram indeferidas. “Vamos simplesmente nos contentar em ter novas chances?”, mais uma vez questionou.

Para o vereador pelo município de Conceição do Coité, professor Danilo Ramos (PT), que assistiu calado todo protesto da professora Marinélia Souza, as duas partes, governo e grevistas, tem que ceder. Segundo ele, o governo tem feito uma boa gestão na área de educação, mais tem que retirar a clausula que limita a discussão dos reajustes nos próximos anos e há necessidade de acelerar a solução deste processo.(Calila Notícias)
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