quarta-feira, 20 de junho de 2012

Coité:Brigada Voluntários “Anjos da Vida” desafios e conquistas


“Só temos o básico e às vezes fazemos uma “vaquinha” para comprar instrumentos de socorro”.
Criado por um grupo de amigos sensibilizados com a falta de um Corpo de Bombeiros e da SAMU, a Brigada Voluntária “Anjos da Vida” de Conceição do Coité, já tem quatro anos de serviços prestados à população do Território do Sisal.

Hoje a brigada conta com 46 integrantes e vem ganhando relevância em toda a região. É um serviço que conta com o voluntariado e a dedicação de cada um que reserva parte de sua vida para prestar socorro a vítimas de acidentes.

Cristiano Carneiro, Comandante da Brigada.
Em conversa com Cristiano Carneiro, comandante operacional da entidade, ele relatou que algumas pessoas não entendem que é um trabalho voluntário, mas muitos têm apoiado a iniciativa, pois a equipe procura prestar um serviço de qualidade e esforço, mesmo não recebendo nenhum valor por isso.

A rotina de trabalho começa 08: h da manhã e fecha as 19: h da noite, porém estão disponíveis a qualquer hora pra atender. Geralmente a PM recebe as ligações e logo em seguida entra em contato com o comandante da brigada que informa aos demais para realizar o atendimento. “A brigada voluntária tem recebido importante apoio da policia militar, tanto na informação de ocorrências como no apoio moral” ressalta Carneiro. 

De acordo com o comandante o pouco que chega para o grupamento é doação, como é o caso de coturnos que a policia militar passa pra eles assim que recebe novos calçados. A farda foi adquirida por cada um, ou seja, cada voluntário pagou para confeccionar a sua e quem não pôde a gente fez uma “vaquinha” para ajudar, afirmou. 

Segundo ele, existe um convênio com a prefeitura onde ela repassa mensalmente o valor de R$ 1.200,00 além de pagar o aluguel da base onde eles ficam.  Um valor muito pouco para a obtenção de materiais de trabalho, bem como a gasolina e a manutenção dos carros.

Quando há um acidente em outro município a prefeitura de Conceição do Coité coloca a gasolina e logo em seguida entra em contato com o município para onde iremos realizar o atendimento e eles ressarcem o valor da mesma, explica Carneiro.

Perguntado qual seria o valor ideal para suprir as necessidades da brigada relatou que uma bolsa-incentivo ajudaria muito porque alguns membros não trabalham e que o governo estadual já tem informações sobre o trabalho deles através de uma carta enviada, mas até agora não teve um retorno da governadoria.

Hoje a brigada conta com dois carros: uma Topic UTI que foi doada pelo Programa do Ratinho (SBT) e uma ambulância que um empresário da cidade emprestou, e algumas macas. “Só temos o básico e às vezes fazemos uma “vaquinha” para comprar instrumentos de socorro”, pontua.

A brigada voluntária é considerada como o SAMU da cidade, pois o serviço de urgência está em Feira de Santana, a 110 km de distância. Nestes seis primeiros meses já foram realizados mais de 300 atendimentos a vítimas de acidentes.

A socorrista Taise Pinto, 20, que faz parte da equipe a cerca de cinco meses, relata que gosta do que faz e que assim como ela, todos da corporação sabem aliar a vida pessoal, profissional com a vida voluntária. “Acontece bastante na hora do lazer o telefone tocar e termos que sair correndo, pois tem o outro lado: a vítima. A gente deixa o que estamos fazendo para ir prestar atendimento”.

A jovem diz que para se tornar um voluntário da brigada, os interessados têm que estudar no período de 10 meses. Passam por cursos de primeiros-socorros, salvamento aquático e rapel, todos ministrados por parceiros de outros serviços de socorro. “Realizamos palestras nas escolas para jovens e adolescentes a cerca dos danos causados pela droga”, conclui. 


São muitas pessoas interessadas em se integrar no grupo. No momento há uma lista de 30 pessoas que querem ser voluntários, desses 30 serão selecionados 15, porque há revezamento de turno principalmente nos finais de semana” completa o comandante. 
 
Por último indaguei ao comandante porque ser voluntário? Enfaticamente respondeu: “Ser voluntário é um ato de amor ao próximo, não tem nada mais importante do que você amar o que você faz, porque se você sabe fazer algo que te agrada, o dinheiro não importa, afinal, a nossa missão enquanto “Anjos” é Salvar Vidas”.



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