sábado, 9 de julho de 2011

Editorial: Rui, o PT e a terceira via

Assim como Leopoldo Passos (DEM) manobrou, em 2004, para Olaf Nunes perder a eleição para Rui Macedo (PMDB) - e, dessa forma, maquiavélico como sempre, continuar sendo o líder do grupo -, contrariando a vontade de ACM e de Paulo Souto, no atual momento o ex-prefeito Rui trabalha em favor da reeleição de Valdice Castro (DEM), ao articular sua própria candidatura, sem chance de vitória, para rachar os votos e impedir, assim, a terceira via, que seria o PT de Amauri Teixeira e companhia.
Parece absurdo? Não. Não é.
Os dois grupos políticos de Jacobina, o do DEM e o do PMDB, não têm projeto de governo, mas de poder.
Para Rui Macedo, a vitória do PT nas urnas, com seu apoio, iria significar entregar suas chances eleitorais futuras para Amauri Teixeira, e, personalista, não seria interessante para ele criar uma terceira via.
Saindo candidato a prefeito, com uma terceira derrota clara à frente, Rui Macedo estaria pulverizando os votos e, com isso, evitando a vitória petista e mantendo o poder municipal nas mãos de Leopoldo via Valdice.
Convidado paras as reuniões do grupo da oposição em Jacobina, Rui Macedo não compareceu a nenhuma delas, o que evidencia sua intenção de manter com Leopoldo o chamado Ba-Vi da política local, saindo o DEM, entrando o PMDB e vice-versa, ou seja, Rui Macedo e Leopoldo Passos continuariam a ser as únicas lideranças locais, já que Valdice é apenas um apêndice, um alter ego do cônjuge inelegível até 2012.
Como a eleição municipal será ainda no ano que vem, convém fazer uso de dois ingredientes muito próprios da política: cautela e canja de galinha, que, por sinal, não fazem mal a ninguém.
Mas que o roteiro desse filme já está sendo escrito não resta dúvida.
E, no ano que vem, no pós-eleição, é bem provável que o jacobinense ficará com essa impressão: "Eu já vi esse filme antes."
Por Corino Rodrigues de Alvarenga

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