domingo, 20 de fevereiro de 2011

Beija-Flor quer emocionar com enredo sobre o Rei Roberto Carlos


Escola de Nilópolis será a última a desfilar.
Homenagem será repleta de romantismo e sincretismo, diz carnavalesco.

Beija-Flor quer emocionar com enredo sobre o Rei Roberto Carlos

Escola de Nilópolis será a última a desfilar.
Homenagem será repleta de romantismo e sincretismo, diz carnavalesco.

Para conquistar o título do carnaval de 2011, a Beija-Flor vai apostar na vida e nos sucessos do cantor Roberto Carlos. Calhambeques, lambretas e imagens religiosas estarão nos oito carros que a comunidade de Nilópolis, na Baixada Fluminense, vai levar para a Sapucaí. Num enredo cheio de romantismo e sincretismo, a agremiação quer emocionar até quem não é súdito do Rei.
Para conquistar o título, a escola vai apostar na vida do cantor Roberto Carlos

Última escola a desfilar, já no dia 8 de março, entre 2h25 e 3h50, a Beija-Flor tem uma comissão de carnaval responsável pelo desfile com cinco membros: Victor Santos, Alexandre Lousada, Fran-Sérgio, Laíla e Ubiratan Silva. Foi o desenhista Victor Santos quem contou os detalhes do enredo “A simplicidade de um Rei”. No entanto, ele preferiu manter segredo de parte das fantasias dos 4 mil componentes, divididos em 47 alas.

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“O refrão do nosso samba já diz: ‘Meu Beija-Flor chegou a hora de botar pra fora a felicidade...’ E é isso que a gente quer, através da emoção. A nossa comunidade tem muita força e está muito feliz em poder homenagear um ídolo, um ícone como Roberto Carlos. Vamos falar do Rei de uma forma lúdica, mas sem se aproximar da intimidade”, explicou o carnavalesco.
Se depender da legião de fãs, a Beija-Flor já pode comemorar. Na Cidade do Samba, na Zona Portuária, onde são montados os carros alegóricos da escolas de samba, súditos do Rei olham curiosamente para cada detalhe das esculturas dentro do barracão. A empresária Maria Alice Fernandes, de 36 anos, gostou do que viu: “Não tem como não se emocionar com o Roberto (Carlos)”.
A ideia de unir a história do Rei com o carnaval não foi bem aceita no início pelos carnavalescos da Beija-Flor. Mas a insistência do patrono Anísio Abraão convenceu a comissão, que buscou no próprio cantor a sua fonte de pesquisa. “Nós fomos até ele conversar, e ele nos recebeu super bem. A sua história comoveu todo mundo e vai mexer com a Sapucaí.”
Infância do Rei

Uma alegoria virá com dezenas de beija-flores
coloridos (Foto: Rodrigo Vianna / G1)
A infância do Rei, vivida no município de Cachoeiro de Itapemirim (ES), e a relação com a família serão retratadas no primeiro setor, com uma grande carruagem. Em seguida, a escola começa a contar a história do “mito”, a influência da Jovem Guarda e o romantismo. Ídolo dos caminhoneiros e taxistas, estes personagens também não poderiam ficar de fora da homenagem da Beija-Flor.
“Esse ano, nós decidimos diminuir um pouco as fantasias, porque estava ficando um pouco sobrecarregado para o componente. Apesar disso, nós não deixamos de manter o padrão de luxo da Beija-Flor, de beleza da Beija-Flor. Vamos privilegiar a evolução e a espontaneidade da comunidade, buscando sempre a emoção, que é o foco principal”, completou Victor Santos.

A ala das baianas será um espetáculo à parte. De acordo com o carnavalesco, elas vão representar o amor das músicas de Roberto Carlos. O romantismo, aliás, estará presente em quase todo o desfile. Cantoras que participaram do projeto “Elas cantam Roberto” virão no quarto carro. Já a comissão de frente ficará sob a responsabilidade do coreógrafo Carlinhos de Jesus. “Será a malandragem do Carlinhos com a cara da Beija-Flor”, brincou Victor Santos.
Comandantes na bateria
Os ritmistas comandados pelos mestres Plínio e Rodney vão representar os comandantes do cruzeiro “Emoções em Alto-Mar”. A rainha Raíssa estará no mesmo setor. Aliás, a Beija-Flor promete levar uma réplica do navio para o Sambódromo. Para fechar o desfile, a escola vai exaltar a religiosidade do cantor, com imagens sacras e mensagens de fé e paz. Segundo o carnavalesco, a direção da escola já conversou com líderes religiosos.
Operários trabalham no barracão da Beija-Flor até na madrugadaOperários trabalham no barracão da escola até
na madrugada (Foto: Rodrigo Vianna / G1)
A Beija-Flor já coleciona 11 campeonatos no carnaval carioca, mas a comunidade quer mais e já sabe na ponta da língua o samba interpretado por Neguinho da Beija-Flor, há 36 anos na escola. Os também tradicionais componentes Claudinho e Selminha Sorriso continuam como primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira. A escola quer mostrar que samba e romantismo são uma ótima fórmula para chegar ao título

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